terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

SONHAMOS POR QUE A REALIDADE NÃO É O BASTANTE

Os homens evoluiram socialmente por que ousaram ir além do limite imposto do “não” - não é possível, não é permitido, não é correto, não e verdadeiro, etc. A principal arma utilizada para romper o muro, que separa as aspirações humanas de sua concrectude e o sonho, a imaginação. Contudo a cada geração que se passa, esta arma vem paulatinamente perdendo sua capacidade de oxigenar a realidade. Esta perda da potencialidade do ato de sonhar se deve a vários fatores, com por exemplo o processo educacional que a nós somos impostos, nos primeiros anos de vida. Processo educacional este que cria uma geração que tem como valor existencial o individualismo. A educação que temos nas escola é uma das principais forças que nos moldam desde pequeno a acreditar que sonhadores não venceram na vida. A imaginação, o substrato dos sonhos nós arrancado, como se arranca uma erva daninha de um belo jardim. Porém na maioria das vezes não perguntamos por que um belo jardim não pode contem também ervas daninhas? Nossa educação institucionalizadas e baseada em uma perverça lógica dualista. Apesar da tentativa de secularização da educação presenciamos uma forte influência da igreja católica, e seu arcabouço maniqueista de explicação do mundo, entre o bem e o mal. Nesta perspectiva veremos uma juventude cada vez mais perdida e alienada. A juventude o germe das mudanças, da contestação hoje se encontra em um labirinto imaginário, que a faz acreditar que impossível avançar sobre um presente que a oprime e a massacra. Assim acreditam que a única possibilidade esta contida nas falsas verdades, contadas por aqueles que privam pela manutenção do status quo. Estas falsas verdades se materializam numa perspectiva de busca incessante por uma felicidade, intimamente atrelada as concepções individualistas e consumistas. Desa forma os jovens em sua maioria, são extremamente reacionários e conservadores, alheios aos interesses coletivos. Se a felicidade está nas relações individualistas e consumistas, por que então se ater na busca de uma sociedade melhor, por exemplo? Por que devemos lutar, acrediar em utopias “impossíveis”? Por que nos mantermos fieis a determinadas ideologias, se a realidade nos basta? Apesar de tantos “não” que acumulamos ao longo de nossas vidas, existem pessoas que extravasam o limite das impossibilidades, das objetividades, do pragmatismo, da mediocridade, e ousam a sonhar. Dizem um NÃO! em alto em bom som. Mas esta NÃO e diferente do “não” que os criminalizam por sonhar. É um NÃO que representa o rebentar das correntes, e dizer que a realidade não é bastante. Que as falsas verdades contadas pelos arautos do realismo não satisfazem sua sede por querer mudar a forma de existir. Quando pequeno me deram uma caneta, seguraram minha mão, sussurraram em meu ouvido como deveria escrever minha história, com letras garrafais, sobre uma folha com linhas retas. Tentaram me homogeinizar, me formatar a ser uma pessoa “feliz”, bem sucedida na vida. Me disseram para ter um emprego, crer no que a televisão diz, ser politicamente correto, não usar drogas, acreditar que o voto mudaria o mundo. Minha história não cabia naquela folha de linhas retas, muito menos a escrevi com letras garrafais. Meus sonhos não passavam na televisão, e a maior droga que já experimentei, foi acreditar que o voto mudaria o mundo. Tudo isso me fez perceber que “sonhamos por que a realidade não e o bastante”!

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