domingo, 4 de agosto de 2013

#EsporteRuaLazer

A omissão do Poder Público em garantir direitos sociais básicos como saúde, educação, segurança, cultura e lazer a seus cidadãos, representa a prova cabal, de como as elites políticas estão distantes do povo. As manifestações populares iniciadas em junho, tiveram como um dos princípios, a crise de representatividade política em que vivemos atualmente no país.

A atual gestão municipal, bem como as passadas, falharam em criar uma política pública integrada, que atendesse as necessidades da juventude araguarina. Ausência de projetos culturais, educacionais, esportivas, geração de emprego e renda, entre tantos outros, foram fundamentais para que a cada dia nossa juventude não acreditasse em nossa cidade. Esta ausência também contribuiu para um processo de criminalização da população jovem do município. Pois o dilema instalado esta entre, para aqueles que tem condições de pagar para ter acesso a atividades esportivas, culturais ou de entreterimento, e para os demais, as margens que sem condições de usufluirem das práticas privadas, que buscam forjar novos espaços para suas práticas de sociabilidade e diversão.

Espaço de sociabilidade impar entre a juventude, o esporte tem uma funcionalidade social inquestionável. Porém vivemos sobre o crivo de cerceamento do direito social da prática do esporte e lazer. Campos, quadras se encontram em péssimas condições de conservação, sem equipamentos adequados, ou no caso mais crítico, do Ginásio Poliesportivo, em obras, sem ao menos uma previsão de término e abertura para a população.

Apesar de toda esta violência e vandalismo que o Poder Público Municipal desfere a população, em não garantir direitos sociais básicos, sempre existem flores que nascem sobre o mais árido terreno. Não existem maior genuinidade e originalidade do que as alternativas criadas pelo povo, para transpor estas dificuldades.

No caso do esporte e lazer isso fica muito claro. A rua e o espaço do lúdico, do público, e onde todos são bem vindos. A rua é o Maracanã para uma geração de pés descalsos, que sonha em ser um grande jogador de futebol. O gol de três passos, metricamente medido é marcado pelas velhas sandálias havaianas, se torna o objetivo final dos sonhadores. O eterno clássico de camisas e sem camisas digladiam pela tão honrosa vitória.

A rua também e a dimensão mágica de outros esportes. E onde se pratica o bete, esporte originário do nobre e aristocrático cricket britânico, que os plebeus ousaram profanar. E o que dizer do basquete de rua e toda sua poesia, plasticidade, dinamismo e desafios a gravidade. Não se precisa muito, a receita e simples. Uma chapa de metal, ou pedaço de madeirite logo vira uma tabela. Um aro de mobilete esta ai o não lugar, o limite a consagração ou o sentimento de quase. A geometria espacial da rua, seus limites. Os jogadores levemente bailando, cortando o ar com uma mecânica humana, que transplantado para o papel, poderia ser compreendido como uma poesia.

Enfim, e na rua enquanto espaço da prática esportiva, que a verdadeira democracia popular se estabelece. Ela é acolhedora, é onde as manifestações populares brotam. Algumas revelando a pulsante vida em sociedade. Outra uma afirmação, uma construção sócio – identitário. E por que não dizer, uma manifestação de resistência perante as práticas anti populares dos governantes.

O esporte pensando enquanto direito social básico deve ser garantido pelo Poder Público. Não somente através de obras eleitoreiras, e medidas paliativas. Deve – se ter como princípio a solidariedade e coletividade e não o competitismo individualista disciplinarizador. É além de tudo, deve – se respeitar as vozes dessoantes que veem das ruas, pois elas tem muito a que ensinar a nossos “representantes”.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Cultura AutoMOTIVA a permanência do Status Quo!

Apesar de acompanhar a cena undergrund de Araguari, como também participar das manifestações culturais descentralizadas, tento a vários anos entender qual a relevância social que a dita “cultura automotiva” tem. E de ficar com vários questionamentos a cerca de tal “cultura”. Primeiramente pelo fato em que ela se edifica, através da exacerbação do individualismo, que se converte em uma patologia narcisista. Exemplo maior esta na cultuação destes “homens e suas maravilhosas máquinas”! A questão e que a “cultura automotiva” e um subproduto de uma sociedade apregoada a valores individualistas, consumistas, dito por muitos como valores pós – modernos. Por conseguinte vem a questão de como a “cultura automotiva” e tratada. E de ficar a pensar, quanto nos deparamos com notícias que nos informam que o poder público destinaram recursos públicos para que se podesse realizar em nossa cidade eventos, que tem como temática a “cultura automotiva”. Sobre isso podemos pensar que existe relevância social si. Isso e claro, perante o poder público e sua miopia em entender que existe uma sociedade na base de tudo. Vendo isso tudo, vejo o quanto a juventude hoje e conservadora. Conservadora em sua grande maioria se deixar levar pela política do pão e circo. Conservadora em não se levantar perante as opressões, sejam as que partem do poder insitucionalizado, ou não. Vale sempre ressaltar que a expressão “juventude” começou a figurar no pós Seguda Guerra, e a enquadrar toda uma gama social que não se enquadrava nas categorias infantil e adulto. Juventude e rebeldia! Sempre foram sinônimos na busca pela subversão do status quo social. Exemplos para isso não faltam. E somente regredirmos um pouco no tempo, que encontraremos movimentos que partiram da juventude, como o movimento de maio de 68 na França, que buscava destronar o conservadismo existente na sociedade francesa; ou o movimento beat, o embrião da contracultura que iria explodir no mundo, tendo com um de seus inigmáticos símbolos o movimento hippe nos EUA. Ou talvez os movimentos de luta armada no Brasil na década de 1970,que contavam com um grande número de estudantes pertencentes ao mais variadas linhas teóricas dentro do movimento estudantil, que buscavam introduzir a revolução socialista no país. Bem, a verdade e que os tempos são outros, as pessoas também. Como também são as formas destas pessoas se relacionarem com a realidade. A todo momento somos compenetrados por valores individualistas. A “cultura automotiva” a lá “Velozes e furiosos” impera de forma quase soberana. Pois para alguns ela e uma riquíssima expressão cultural, símbolo máximo dos valores pós – modernos. Porém ainda me pergunto, qual relevância social isso tudo tem?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

SONHAMOS POR QUE A REALIDADE NÃO É O BASTANTE

Os homens evoluiram socialmente por que ousaram ir além do limite imposto do “não” - não é possível, não é permitido, não é correto, não e verdadeiro, etc. A principal arma utilizada para romper o muro, que separa as aspirações humanas de sua concrectude e o sonho, a imaginação. Contudo a cada geração que se passa, esta arma vem paulatinamente perdendo sua capacidade de oxigenar a realidade. Esta perda da potencialidade do ato de sonhar se deve a vários fatores, com por exemplo o processo educacional que a nós somos impostos, nos primeiros anos de vida. Processo educacional este que cria uma geração que tem como valor existencial o individualismo. A educação que temos nas escola é uma das principais forças que nos moldam desde pequeno a acreditar que sonhadores não venceram na vida. A imaginação, o substrato dos sonhos nós arrancado, como se arranca uma erva daninha de um belo jardim. Porém na maioria das vezes não perguntamos por que um belo jardim não pode contem também ervas daninhas? Nossa educação institucionalizadas e baseada em uma perverça lógica dualista. Apesar da tentativa de secularização da educação presenciamos uma forte influência da igreja católica, e seu arcabouço maniqueista de explicação do mundo, entre o bem e o mal. Nesta perspectiva veremos uma juventude cada vez mais perdida e alienada. A juventude o germe das mudanças, da contestação hoje se encontra em um labirinto imaginário, que a faz acreditar que impossível avançar sobre um presente que a oprime e a massacra. Assim acreditam que a única possibilidade esta contida nas falsas verdades, contadas por aqueles que privam pela manutenção do status quo. Estas falsas verdades se materializam numa perspectiva de busca incessante por uma felicidade, intimamente atrelada as concepções individualistas e consumistas. Desa forma os jovens em sua maioria, são extremamente reacionários e conservadores, alheios aos interesses coletivos. Se a felicidade está nas relações individualistas e consumistas, por que então se ater na busca de uma sociedade melhor, por exemplo? Por que devemos lutar, acrediar em utopias “impossíveis”? Por que nos mantermos fieis a determinadas ideologias, se a realidade nos basta? Apesar de tantos “não” que acumulamos ao longo de nossas vidas, existem pessoas que extravasam o limite das impossibilidades, das objetividades, do pragmatismo, da mediocridade, e ousam a sonhar. Dizem um NÃO! em alto em bom som. Mas esta NÃO e diferente do “não” que os criminalizam por sonhar. É um NÃO que representa o rebentar das correntes, e dizer que a realidade não é bastante. Que as falsas verdades contadas pelos arautos do realismo não satisfazem sua sede por querer mudar a forma de existir. Quando pequeno me deram uma caneta, seguraram minha mão, sussurraram em meu ouvido como deveria escrever minha história, com letras garrafais, sobre uma folha com linhas retas. Tentaram me homogeinizar, me formatar a ser uma pessoa “feliz”, bem sucedida na vida. Me disseram para ter um emprego, crer no que a televisão diz, ser politicamente correto, não usar drogas, acreditar que o voto mudaria o mundo. Minha história não cabia naquela folha de linhas retas, muito menos a escrevi com letras garrafais. Meus sonhos não passavam na televisão, e a maior droga que já experimentei, foi acreditar que o voto mudaria o mundo. Tudo isso me fez perceber que “sonhamos por que a realidade não e o bastante”!

sábado, 12 de novembro de 2011

MEU NOME E COTIDIANO!

Dilacera as mentes mais intrépidas
Pulveriza a vontade por mudanças
Que força e esta que alienia?
Anestesiado pelo Cotidiano!

Satiriza a Providência Divina
Transforma o Messias em S/A
Que força e esta que alienia?
Anestesiado pelo Cotidiano!

Contempla os símbolos da solidão
Individualiza sua alma
Que força e esta que alienia?
Anestesiado pelo Cotidiano!

Adquira sonhos compráveis
Venda valores compráveis
Que força e esta que alienia?
Anestesiado pelo Cotidiano!

Celebra a estupidez
Ridiculariza a razão
Que força e esta que alienia?
Anestesiado pelo Cotidiano!

Pragmatiza minha vida
Agora nada mais importa
Que força e está que alienia?
Meu nome e Cotidiano!

domingo, 26 de dezembro de 2010

As faces da criminalidade


E vertiginoso o aumento da criminalidade na cidade de Araguari. Como sempre a criminalidade é demonstrada como sinônimo de pobreza. As pessoas ao abrirem seus periódicos matinais encontram manchetes estampando assassinatos, aprensões de drogas em algum bairro periférico da cidade. Mas nunca veêm estampado os crimes cometidos contra o erário público, desvio de verbas, omissão de socorro, assédio moral, etc. A criminalidade não e uma manifestação natural existente na sociedade. Pelo contrário, e um produto intrinsicamente ligado ao projeto de sociedade que vivemos. Excludente, desumana, que exacerba dia após dia as desigualdades sociais, culminando na internalização da violência pela população, e por conseguinte na disseminação da cultura do medo.

Hoje em dia estamos imersos em um processo de internalização da violência. E como por exemplo aceitar um assassinato como algo “natural”, similar a ir ao supermercado fazer compras. A internalização da violência segue a lógica do cerceamento das liberdades sociais. Quando entramos num esquema metal de caos social, esta uma faceta da cultura do medo, que na maioria das vezes nos são impostas por fontes externas (principalmente através das mídias,) aceitamos por exemplo que nosso direito de ir e vir seja relegado a uma segunda categoria. Ou que em busca de uma falsa segurança sejamos monitorados por intermédio de câmeras de vídeo. Ou indo mais além, na aceitação da introdução da pena de morte no Brasil.

Outro vies que o processo de internalização da violência toma e o da criminalização das populações menos abastadas, que vivem nas periferias das cidades. Para o discurso oficial, a criminalidade esta intimamente associado a pobreza. Somente para ilustrar esta questão, foi anunciado que Araguari irá receber duas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) que logicamente serão implantadas nos bairros com maiores índices de violência. O processo de criminalização das populações pobres parte dos princípios de generalização e rotulação, como premissas da busca por ordenamento social. Quando se “indentifica” os fatores que causam distúrbios na ordem social, fica mais fácil o processo de coersão (leia - se: praticas de violência institucionalizada, tortura, etc), via aparelhos repressores do Estado.

As políticas públicas que são desferidas para a área de segurança, que buscam combater a criminalidade se concentram no aumento do efetivo policial e na construção de novos presídios. Tratam a questão da criminalidade em Araguari como manifestações individuais, ou nas raras ocasiões ligada ao crime organizado. Nesta ótica, a implantação das UPPs são a solução definitivas para o problema. Esquecem que na maioria dos casos que a criminalidade não e uma simples manifestação instintiva humana, mas um produto das desigualdades sociais existentes no país, alinhada ao processo de subjetivação dos indivíduos.

Com a omissão do Estado em comunidades periféricas, onde não existem escolas públicas, e as que existem não tem uma estrutura satisfatórias; onde o sitema público de saúde e ineficiente, o poder coersitivo do Estado a serviço dos interesses do capital cria mecanismos de contenção das populações pobres. Uma forma de barras as iniciativas de organização social, que buscam lutar contra as violências que são cometidas pelo Estado a estas populações.

A presença do Estado em comunidades pobres não deve se dar no caráter assistencialista, e muito menos paternalista, pois se asim for, confabula na prática de cooptação, principalmente dos movimentos sociais organizados, tirando sua autonomia e poder de autocrítica.

Ao Estado deve garantir condições para que os indivíduos através de conselhos populares consigam deliberar suas reais necessidade, sanando – as em prol da coletividade.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

POESIAS APRESENTADAS NA INTERVENÇÃO: "UM POUCO DE POESIA NO MEIO DA CORRERIA"

100 ANOS DE LIBERDADE - REALIDADE OU ILUSÃO

Será que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será que a Lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão?
Hoje, dentro da realidade
Onde está a liberdade?
Onde está que ninguém viu?
Moço, não se esqueça
que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil.
Pergunte ao criador
(Pergunte ao criador)
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela.
Sonhei
que Zumbi dos Palmares voltou (ôô, ôô)
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor (ai, senhor)
Eis a luta do bem contra o mal (contra o mal)
Que tanto sangue derramou
Contra o preconceito racial
O negro samba, negro joga capoeira
Ele é o rei da verde e rosa da Mangueira.


** Autores: Hélio Turco / Alvinho / Jurandir da Mangueira
** Samba enredo do GRES Estação Primeira de Mangueira – 1989.



Guerra é o que nosso povo mais conhece.
As guerras de Palmares, a guerra de Canudos,
As guerras das favelas, as guerras do dia-a-dia.
As armas não eram suficientes para combater o inimigo
e as baixas sempre foram enormes. Mas hoje é diferen-
te; não é satisfatório, mas é diferente. Estamos comba-
tendo com armas mais poderosas que antes, e de diver-
sos calibres: Respeito, Auto-estima, Consciência, Inte-
ligência. E essa guerra não vai terminar tão cedo, talvez
nem termine.


** ( Thaíde – músico rapper, 2000)



OUTRAS NOTÍCIAS

Não vou às rimas como esses poetas
que salivam por qualquer osso.
Rimar Ipanema com morena
é moleza,
quero ver combinar prosaicamente
flor do campo com Vigário Geral,
ternura com Carandiru,
ou menina carinhosa / trem pra Japeri.
Não sou desses poetas
que se arribam, se arrumam em coquetéis
e se esquecem do seu povo lá fora.


** Autor: Ele Semog




SE ELA FAZ EU DESFAÇO

A treze de maio
Fica decretado
Luto oficial na
Comunidade negra.
E serão vistos
Com maus olhos
Aqueles que comemorarem,
Festivamente,
Esse treze inútil. E fica o lembrete:
Liberdade se toma
Não se recebe
Dignidade se adquire
Não se concede.


** Autor: Ele Semog



TREZE

Cansado de ser servido,
em prantos regados de cor e som
para comensais risonhos,
que dilaceram nossos valores,
com os dentes afiados.

Quero agora, no momento lúcido
gritar o necessário fato,
de que os treze ou treze
não nos diz nada além
do que vocês, caros convivas,
querem mostrar, encobrir, ostentar.
Criaram fotos coloridas,
comemorações festivas,
toques de tambores e atabaques,
para mostrar que somos
livres, felizes, e aceitos.
Tolas mentiras!
somos sim:
lascas de suor,
cortes de chicotes,
cheiro de fogão
entradas de serviço.
Precisamos fazer algo sim
para que ao invés
do paternalismo brutal
da gentil princesinha
haja a liberdade
de podermos realmente
abrir a porta desta senzala
para fazer a festa da cor real
do som dos atabaques
de danças e corpos
que rasgarão a noite,
os tempos
no verdadeiro canto
da ABOLIÇÃO que ainda não houve.


** De O Arco-Íris Negro, São Paulo, 1978 (José Carlos Limeira)




BRASIL COM P

Pesquisa publicada prova:
Preferencialmente preto, pobre, prostituta
Pra polícia prender
Pare, pense, porque?
Prossigo
Pelas periferia praticam perversidades: PMs
Pelos palanques políticos prometem, prometem
Pura palhaçada Proveito próprio,
Praias, programas, piscinas, palmas...
Pra periferia? Pânico, pólvora, pápápá
Primeira páginas
Preço pago?
Pescoço, peito, pulmões perfurados
Parece pouco?
Pedro Paulo
Profissão: pedreiro
Passa-tempo predileto: pandeiro
Preso portanto pó Passou pelos piores pesadelos
Presídios, porões, problemas pessoais, psicológicos
Perdeu parceiros, passado, presente
País, parentes, principais pertences
PC: político privilegiado
Preso parecia piada
Pagou propina pro plantão policial
Passou pela porta principal
Posso parecer psicopata
Pivô pra perseguição
Prevejo populares portanto pistolas
Pronunciando palavrões
Promotores públicos pedindo prisões...
Pecado, pena
Prisão perpétua

Palavras pronunciadas pelo profeta, periferia

Próxima Parte:

Pelo presente pronunciamento,
pedimos punição para peixes pequenos,
poderosos pesos pesados.
Pedimos principalmente paixão pela pátria
prostituída pelos portugueses
Prevenimos,posição parcial poderá provocar
protestos, paralisações, piquetes, pressão popular,
Preocupados?
Promovemos passeatas pacificas, palestras,
panfletamos
Passamos perseguições, perigos por praça, palcos...
Protestávamos porque privatizaram portos,
pedágios... (precisamos produzir)... proibidos
Policiais petulantes, pressionavam, pancadas,
pauladas, pontapés (precisamos produzir)
Pangarés pisoteando, postulavam prêmios, pura
pilantragem
Padres, pastores, promoveram procissões
pedindo piedade,paciência para população
Parábolas profecias, prometiam pétalas,
paraíso predominou predador
Paramos, pensamos profundamente:
Porque pobre pesa plástico, papelão,
pelo pingado, passagem, pelo pão?
Porque proliferam pragas, pestes pelo país
Porque Presidente?
Pra Princesinha, Patricinha: Prestigio, Patrocinio,
Progresso, Patrimonios, Propriedade, Palacetes,
Porcelana, Pérolas, Perfumes, Plásticas, Plumas,
Paetes.
Porque Prossegue?
Pro Plebeu Predestinado: Pranto, Perfuracoes, Pesames,
Pulseira Pro Pulso, Pinga, Poeira, Pedradas, Pagar
Prestacao Por Prestacao, Parceiros Paraliticos,
Paraplexicos, Prostituicao
Personalidades Publicas Podiam Pressionar Permanecem
Paralizadas, Procedimento Padrao, Parabens! Peco
Permissao Pra Perguntar: Porque Pele Preta, Postura
Parda? Po Pensador, Pisou, Pior, Posou Pros Playboy,
Pra plateia, Peço Postura, Personalidade.. Pros
Parceiros, Pras Parceiras
Presidente, Palmares Proclama: Primeiro, Presenca
Popular Permanente. Proposta: Pente Por Pente, Pipoco
por Pipoco Paredao Pros Parisit


** Autor: GOG (CPI da Favela)




POEMA SOBRE PALMARES

Nos pés tenho ainda correntes,
nas mãos ainda levo algemas
e no pescoço gargalheira,
na alma um pouco de banzo
mas antes que ele me tome,
quebro tudo, me sumo na noite
da cor da minha pele,
me embrenho no mato
dos pelos do corpo,
nado no rio longo
do sangue,
vôo nas asas negras
da alma, regrido na floresta
dos séculos, encontro meus irmãos,
é Palmar,
estou salvo!
(...)
Para Palmares veio negro
que não gemia nos açoites.
E pelo mato escuro veio negro
que se escondeu na própria noite.
Pela selva fechada veio negro
para quem o Palmar foi clareira.
No rastro uns dos outros vieram negros,
cães acuados farejando o cheiro.
E negro roubado a esmo
do cativeiro para a liberdade,
do senhor para si mesmo.


** AUTOR: OLIVEIRA SILVEIRA (FRAGMENTOS 1972 – 1987)





A PALAVRA NEGRO

A palavra negro
tem sua história e segredo
veias do São Francisco
prantos do Amazonas
e um mistério Atlântico
A palavra negro
tem grito de estrelas ao longe
sons sob as retinas
de tambores que embalam as meninas
A palavra negro
tem chaga tem chega!
tem ondas fortes suaves nas praias do apego
nas praias do aconchego
A palavra negro
que muitos não gostam
tem gosto de sol que nasce
A palavra negro
tem sua história e segredo
sagrado desejo dos doces vôos da vida
o trágico entrelaçado
e a mágica d'alegria
A palavra negro
tem sua história e segredo
e a cura do medo
do nosso país
A palavra negro
tem o sumo
tem o solo
a raiz.


** AUTOR: LUIZ SILVA (CUTI)




QUILOMBOS
SONHOS I

O rei de Portugal
mandou ao povo matar
se Palmares ainda vivesse
em Palmares queria estar
Cumbe na Paraíba
Alagoas, Macaco e Subupira
Mangueira, São Carlos
Portela na Avenida
são quantos?
Ontem morri
em Andalaquituche
Tabocas
Amaro
Acotirene
Hoje no Juramento
Borel
Turano
Salgueiro
Morro subindo morro
rolo ladeira cada dia
com decidido ar de
defunto novo
quando desce a noite
vejo em cada fundo de prato
o reflexo da luz da vela
e sonhos para devorar
NOTÍCIAS
Por menos que conte a história
Não te esqueço meu povo
Se Palmares não vive mais
Faremos Palmares de novo.


** AUTOR: JOSÉ CARLOS LIMEIRA

domingo, 28 de novembro de 2010


Neste sábado (27/11/2010) o Coletivo Rimas Vermelhas juntamente com a CUFA (Central Única das Favelas) realizou a intervenção cultural “Um pouco de Poesia no meio da correria”, fazendo alusão as comemorações ao Dia da Consciência Negra.

Dentro das várias atividades, o Coletivo Rimas Vermelhas buscou fazer uma reflexão crítica sobre as questões latentes, que permeiam o universo das comunidades negras, através da exposição de poesias escrevidas por autores e músicos negros. A idéia era demonstar os vários olhares do que e ser negro no Brasil. Contudo, o foco maior era desmistificar as narrativas históricas oficiais, que ao criarem um marco histórico da envergadura da ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO, contribuiu e contribui para perpetuação do racismo velado em nosso país, obejtivando atender aos interesses do capital.