sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Democracia Racial para quem cara pálida?

Em tempos globalizados o multiculturalismo se constituem como uma grande ameaça para alguns, ou como força que forja a identidade coletiva para outros. Uma tentativa simplista de aproximação as noções politicamente corretas, que são vigentes no mundo. Sobre o prisma das noções politicamente corretas, o Brasil se “orgulha” ´por sua composição étnica. “Do mosaico de etnias surge um país tropical abençoado por Deus, chamado Brasil”. Esta e a idealização que nos são apresentado a todo o instante, pelas mídias de massa. Esta idealização alimenta diretamente o mito da Democracia Racial no Brasil. Contudo sabemos que por trás de todo este ufanismo a cerca da Democracia Racial, existem questões bem mais complexas. Por um lado o mito da Democracia Racial omite as tensões sociais existentes, produto do projeto de sociedade a seviço dos interesses do capital. Por outro lado o Poder Público tenta através de medidas paliativas pagar as dívidas históricas com as populações menos abastadas.

Todos nos sabemos que o exército populacional que vivem nas orlas urbanas são compostas por sua grande maioria de negros. Porém quando falamos dos negros inseridos na sociedade brasileira, nossos olhares são direcionados para o perído da escravidão. Assim a história dos negros no Brasil se limitam a este período, sendo que após a abolição da escravidão, o negro tem sua imagem apagada da história. São raros os livros didáticos que citam os negros enquanto agentes históricos ativos, pós abolição. Como por exemplo atuando dentro do Partido Comunista, militando durante a Ditadura Militar, ou mesmo no processo de redemocratização do país. Esta e a Democracia Racial idealizada pelas elites brasileiras. Selecionam os elementos que a compoem, mumificado - os, tornando manifestações monolíticas, que atendem a um projeto de sociedade ordenada e excludente, pautada na engenharia social.

Em meados dos anos 90 o negro é resgatado do ostracismo histórico. Contudo este resgate se deu as avessas. Os negros retornaram ao foco do debate social depois de 100 anos. Agora são colocados como agentes pontencializadores da violência. A todo instante vemos através das mídias de massa a construção do esteriótipo social, de que todo negro pobre e marginal. A generalização deste esteriótipo social, traz consequências graves as populações pobres. O esteriótipo do negro pobre que mora na periferia atende a necessidade de ordenar as sociedade. Por que quando se consegue “indentificar” possíveis elementos que causam disturbios sociais, o Estado consegue impor melhor o seu poder coersitivo.

O princípio básico da Democracia e a igualdade entre as pessoas. Mas será que o que vemos atualmente, principalmente quando falamos de Democracia Racial é isso? As populações negras e consequentemente pobres são açoitadas pelo Poder Público, que tenta maquiar as tensões sociais, e nós fazer acreditar que o Brasil esta edificado em uma “Democracia Racial”.

O dia da consciência negra não deve ser pensado enquanto uma data comemorativa pura e simplismente. Deve ser pensando como um dispertar das comunidades negras para a luta por igualdades, mas principalmente para a introdução de um debate qualificado a cerca de um verdadeiro projeto de sociedade – popular e democrática, que englobe todas as manifestações humanas, edificada sobre os auspícios da verdadeira DEMOCRACIA RACIAL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário